Só tu apareceste do nada como por encanto
E de repente estancou meu silencioso pranto
Numa presença forte guerreira
Que pensei ser banal e passageira
Só tu em sábio silêncioObservaste todo o meu intento
Em esquivar-me mas te querendo
Sem no entanto eu ficar sabendo
Só tu na calada da noiteDesbravaste caminhos fechados
Abriste campos nunca pisados
Fizeste a luz entrar em longo breu
Só tu como um guerreiroDe jeito terno e faceiro
Te atreveste a fazer
O que ninguém ousara antes
Só tu empunhaste tuas armasE numa estratégia sábia
Fizeste as ferramentas
Para adentrar em terra sacra
Só tu alcançasteO centro do meu templo sagrado
E descortinaste meus segredos
Que eu trazia bem guardados
Só tu conseguiste entrarNos campos do meu coração
E de posse da minha chave
Tornou-se um dono então
Dono de minha vidaDono do meu coração
Dono da minha alegria
E rei dos meus sonhos
Só tu com teu amor e carinhoLutaste contra o desninho
Agasalhando o meu coração
No mais profundo recanto
Do seu coração de menino
E eu meio sem jeitoFico a me perguntar
Que amor tão grande é este
Que não há como parar
É tão grande e tão forte
Que não tenho como lutar
E resta-me agora somente
A este amor me entregar
Por que tu tens a senha
Para em minha vida ficar
Obrigada, meu doce menino
Vamos juntos navegar...
-autora-
Teresa Augusto Shanor
18/04/2009