segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mar da Vida


Mar da Vida
Teresa Augusto Shanor


Há certas coisas nesta vida, que nem mesmo uma pessoa, rica e poderosa, altamente instruída, é capaz de possuir se não tiver respeito ao direito alheio.

Existem pessoas que se acham perfeitas em sua maneira de agir, sem no entanto levar em consideração, o direito de liberdade de ação do próximo.

Legislar em causa própria, sob pretexto de agir em benefício de outrem, é camuflar um caráter corroído pela falta de escrúpulos e dignidade.

Avante todos, que se acham espertos, invencíveis, maquiavélicos e subestimam os que julgam ser inferiores a vós.

A bem da verdade,  condição sócio-econômica inferior à classe alta, não significa menor capacidade de raciocínio e de solucionar crises.

Conheci analfabetos que gerenciaram com maestria, crises provocadas por letrados graduados, profissionais medianos e trabalhadores arrojados da baixa renda, sem no entanto, abrir mão de grande sabedoria, justiça e bondade, apenas usando o recurso de colocar cada um no seu devido lugar e provar que a empáfia que domina a muitos, nem tudo pode.

Ter um curso superior, não significa que se tenha uma capacidade maior de solucionar questões ou tornar a vida em comum melhor.

Tudo gira em torno do caráter, da dignidade de pensamento e ação e do desprendimento e consciência de que tudo no Universo é infinitamente igual, com mesma capacidade e direitos.

A diferença está nas ferramentas de que se faz uso, dentro do gráu de evolução espiritual e moral de cada ser.

Enganam-se os que pensam que tudo podem, no balaio da traição moral que carregam em seu mais secreto esconderijo, aquele cantinho escuro e feio de seus egos, que muitos escondem do mundo e que a ninguém é permitido se aproximar.

A vida sabe.

A vida vê.

O universo respira sua criação e sente o que não vai bem em suas entranhas. 

Energias ocultas navegam por todo o cosmo, interpenetram nosso ser e varrem nossas entranhas, tomando conhecimento e registrando nossas ações.

Toda ação, mesmo que oculta, gera uma reação, tornando-a visível.

Ninguem, nada está isento da transformação de tudo o que existe no universo.

Somos um organismo inteiro, vivo, e todas as feridas que abrimos, sangram e tem que ser tratadas e cicatrizadas.

A natureza cobra exatamente a consequência do que fazemos.

Ninguém engana a vida.

O que se tira de outrem, repõe-se a duras penas.

Tragédias, cataclismas, desastres naturais, doenças incuráveis, sequelas físicas e mentais graves, perda total de bens materiais, vidas ceifadas ainda na infância e juventude, são acertos de conta da vida com quem deve.

E essa conta quem faz, não somos nós, é a vida, a mãe natureza que nos carrega em seu seio e nos dá toda a liberdade para construirmos a nossa realidade.

Se respeitamos, somos respeitados.

Se agredimos, somos agredidos.

Se roubamos, somos roubados.

Se trapaceamos, vamos para o final da fila.

Sempre haverá alguém ou situações inesperadas, que nos coloquem em nosso devido lugar, para aprendermos a ter respeito por tudo.

Respeito ao direito de ser, ter, usufruir e viver de todos igualmente.

Pode-se tirar sim, o que é dos outros, mas não sem ter que repor novamente, a duras penas, impostas pela própria vida.

É a Lei da Vida, que não escolhe o rico ou o pobre, o letrado ou o analfabeto, o bom ou o mau, mas apenas as suas atitudes perante seus semelhantes.

Cada um com a sorte que escolheu para si e não terá do que reclamar.

É fato!




sexta-feira, 30 de março de 2012

Necessidade


Necessidade Mórbida
Teresa Augusto Shanor





Mórbida necessidade essa 
De ficar a espreitar
De tudo ter que controlar
De precisar ouvir o que se tem a falar

Mórbida necessidade essa
De perder-se no tempo
Na escassez de si mesmo
Sem amor e sem respeito
Pelo alheio dentro do peito

Mórbida necessidade essa
De voar em outros ventos
De não caber em si dentro
De não querer aceitar
O que precisa mudar
De perder horas a fio
Todo dia a conferir

Parece que falta tempo
Parece que falta vida
Parece que falta algum momento
De querer-se com amor
Pois o tempo é dos outros
E somente para os outros
Como se não existisse
A si mesmo no próprio tempo

Quando se der por si
Terá acabado o tempo
E não caberá então
Qualquer lamento.

Ah, o tempo!



Teresa Augusto Shanor
30/03/2012 - 00:31h





Curto demais essa praia!

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